sexta-feira, 4 de março de 2011

As mais belas cientistas de Hollywood

A ganhadora do Oscar Natalie Portman, formada em Harvard, derruba mito de que atrizes lindas são burras

Na noite do último domingo, a bela Natalie Portman, de 29 anos, ganhou um Oscar por sua elogiada performance como Nina, uma bailarina mentalmente perturbada no chocante "Cisne negro". Ao conquistar um lugar dos mais importantes entre os grandes atores, Natalie derruba estereótipos.

É a prova viva de que belas atrizes não precisam ser burras. E que cientistas nem sempre são feias. Aliás, às vezes, elas podem ser belíssimas. Entre os menos conhecidos e mais impressionantes detalhes da biografia de Natalie está o fato de ter sido, como estudante do ensino médio da Syosset High School, em Long Island, no fim dos anos 90, semifinalista do Intel Science Talent Search - considerada a mais difícil competição de elite do país.

Para quem faz ideia do quão difícil é elaborar um projeto à altura de um prêmio desses, devotar centenas de horas e tempo livre à noite, nos fins de semana e durante as férias fazendo pesquisa científica de verdade, enquanto os amigos estão ocupados "adolescendo", o feito é um testemunho mais do que suficiente da autodisciplina de Natalie.

Mas não é só. Enquanto desenvolvia sua pesquisa sobre métodos sustentáveis de transformar rejeitos em novas formas de energia e mantinha um boletim somente de notas As, Natalie já era uma estrela cinematográfica em ascensão.

Já tinha atuado em filmes dirigidos por Woody Allen, Tim Burton e Luc Besson; contracenado com Julia Roberts, Jack Nicholson, Matt Dillon, Uma Thurman, Drew Barrymore e....eu me cansei de digitar nomes de celebridades.

Ela conquistou o importante papel de rainha Amidala, na trilogia Star Wars, que a catapultou à fama internacional. E, então, ela foi para a Universidade de Harvard para estudar neurociência e a evolução da mente.

- Eu dei aulas em Harvard, Dartmouth e Vassar e tive o privilégio de ensinar para alunos brilhantes - contou Abigail A. Baird, uma das mentoras de Natalie em Harvard. - Mas poucos são tão inerentemente brilhantes, com tanta capacidade intelectual e tão dispostos a trabalhar duro quanto ela.

Natalie não é a única atriz com significativas credenciais científicas - prêmios, diplomas, patentes e teoremas em seu nome. Heidy Lamarr, a atriz habitualmente chamada de "a mulher mais bonita de Hollywood", trabalhava também no desenvolvimento de foguetes espaciais, inventando e patenteando técnicas de sinais responsáveis por manter os mísseis na rota correta. E reclamava muito das pessoas que, segundo ela, olhavam para o seu rosto e presumiam não haver mais nada por trás dele.

Danica McKellar, que trabalhou em séries como "The wander years" e "The west wing", se graduou com honras em matemática, na Universidade da Califórnia, Los Angeles, onde ajudou a elaborar uma prova matemática para determinadas propriedades dos campos magnéticos - um teorema que leva o seu nome ao lado de outros colaboradores. Ela também escreveu livros sobre matemática para leigos.

Como adolescente, nos anos 90, Mayim Bialik, ganhou o papel principal da série "Blossom". Agora, ela aparece numa outra série de grande sucesso, "The Big Bang Theory", como a adorável nerd Amy Farrah Fowler, uma neurobióloga e eventual parceira do mais nerd ainda Sheldon Cooper. A atriz se diz mais do que feliz com o seu novo papel. Afinal, ela tem um Ph.D. pela UCLA em neurobiologia.

- Eu digo para as pessoas: sou uma neurocientista e represento uma na TV - afirmou.

A despeito do grande número de personagens cientistas e filmes de ficção científica, as atrizes com credenciais na área ainda são muito poucas. A verdade é que as profissões têm apelos muito diferentes e costumam conquistar pessoas de personalidades distintas. Quem anseia por atenção e reconhecimento, dificilmente escolhe a ciência, um campo em que, com raríssimas exceções, mesmo o mais ilustre dos pesquisadores é desconhecido do grande público. Além disso, se a boa aparência conta pontos preciosos para quem quer ser ator, pode fazer com que um cientista não seja levado muito a sério.

Puro preconceito. A professora Abigail, atualmente em Vassar, garante que, a despeito de seus inúmeros compromissos como atriz, Natalie nunca pediu despensa das aulas ou dos trabalhos no laboratório. E era humilde ao dizer: "Muitos alunos de Harvard fazem coisas incríveis fora das salas de aula. Acontece de as pessoas verem apenas o que eu faço."

(O Globo)

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