quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Smartphone dói no bolso

Smartphone dói no bolso

Autor(es): Gustavo Henrique Braga
Correio Braziliense - 10/11/2010

Comprar um smartphone no Brasil sai mais caro do que nos principais mercados da América Latina, aponta um levantamento da Marco Consultora. Enquanto por aqui o gadget custa cerca de R$ 1.444 (US$ 852), a média internacional é de R$ 944 (US$ 557). Isso significa que o brasileiro precisa desembolsar quase que a totalidade de um mês de salário para comprar um aparelho, já que dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística indicam uma renda média no país de R$ 1.499.

A facada no bolso dos usuários é agravada pelo custo do pacote de dados, necessário para navegar pela internet por meio do telefone. Outro estudo, da Organização das Nações Unidas (ONU), comprova que apenas no Brasil e no Zimbábue o preço médio do serviço passa dos R$ 203 (US$ 120), e nos coloca atrás de países como Congo, Haiti e Bangladesh. O preço médio mundial da internet 3G, é de R$ 78,90 (US$ 46,54).

Apesar dos custos acima da média internacional, o Brasil lidera a oferta de smartphones para os consumidores. Aqui, 55% dos celulares ofertados são dessa categoria, contra uma média de 35% na América Latina. Na avaliação de Henrique de Campos Júnior, gerente de mercado e inteligência de negócios da Marco Consultora, os preços acima dos padrões mundiais refletem o excesso de tributos sobre os telefones móveis.

“No mercado nacional, o celular é visto como símbolo de status. É uma situação semelhante à do setor automotivo: o brasileiro paga mais que a média mundial, mas o mercado automobilístico continua aquecido, porque as pessoas de certa forma buscam esse status.” Só na Fnac, por exemplo, os smartphones respondem por cerca de 65% das vendas de celulares.

Hamilton Yoshida, diretor de Marketing de Telecom da Samsumg, também culpa os impostos pelo alto preço dos smartphones no Brasil, mas acrescenta que o aquecimento das vendas se deve à maturidade do mercado nacional. “A telefonia móvel alcançou níveis próximos aos 100% de penetração em território brasileiro. Isso significa que o consumidor daqui já não quer apenas ter uma linha. As pessoas preferem trocar de aparelho por algo mais sofisticado, daí a procura pelos smartphones.”

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